Eu me perdi no teu sorriso despreocupado que aparecia a cada besteira que falávamos. O modo como teu sorriso combinava com a tua expressão e o tempo incontável que ele permaneceu ali, inebriando todo o meu campo de visão. "Junto de um bobo sempre tem outro bobo, o que ri", você disse. Sim, eu era a boba que só sabia rir. Sorrir, porque o teu sorriso me fazia feliz.
Eu me perdi na tua voz de sono, pausada, grave e baixa. Me passaram pelo pensamento todas as vezes que eu já ouvi essa voz no pé do ouvido, tamanha proximidade. "Se você sabia sobre o que eu ia falar desde o começo, por que quis vir me ver?" "Porque se você me chamar, eu vou". Droga, por que diabos eu falei isso? Xinguei-me mentalmente mil vezes. Sua voz me eriçou os pelos desde sempre e isso estava longe de mudar. Eu encarava o nada para não ter que encarar todo o amor do mundo, que estava ali. "Então vem." E eu fui.
Eu me perdi em você e em tudo o que você era para mim, física e moralmente. Seus braços fortes e suas veias aparentes, sua cor de pele, e suas mãos (pelas quais eu era fascinada), seu sorriso de criança, seu olhar curioso, seu toque, seu cheiro. Todas as circunstâncias, a paz que você sempre me passou, as gargalhadas que demos juntos, as indiretas, todo o clima peculiar, as borboletas no estômago, as horas perdidas, as lágrimas, os sorrisos, os conselhos, os elogios e os ensinamentos. Pode ser que você não considere nada disso. Pode ser que eu nunca chegue a representar para você um terço do que você representa para mim. Mas jamais colocarei em dúvidas que você foi o mais perto de sinceridade que eu consegui chegar.
Eu me perdi desde o começo e nada mudou. Eu ainda estou perdida. Perdidamente apaixonada por você.
Vitória
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