Verdade pungente

   Escrevo por escrever, de forma espontânea e sem maiores intenções. Às vezes as interrogações alvejam meus pensamentos e tudo o que anseio é existir (no mais puro sentido que o verbo possa admitir). Hoje, em um dia perturbadoramente nublado, eu escrevo por não ter sido integralmente feliz. Por ter a vontade e o devaneio de um amor real, cativante e com uma história de marejar o olhar. Falta um pedacinho de qualquer coisa em mim, visto que não tenho dedicatórias decentes nos meus livros, nem cartas dignas de serem lidas várias vezes, nem fotos reveladas com carinho. Eu não vivi um amor por inteiro e ainda que eu seja muito jovem, este fato me incomoda horrores. Quem entende? Hoje eu me peguei com vontade de ler um conto mas com medo de tudo aquilo que contos me fazem sentir. Sem querer encarar questionamentos e verdades que farão com que eu me depare com uma existência deveras vazia: a minha. E só eu saberei o quão doloroso será encarar tal verdade e reparar que, por não ter vivido tantos amores para viver só comigo mesma, não gosto tanto assim - nem de mim e nem dos outros. Eu não me deixei levar e agora nada faz um sentido real (e nem irreal, pois quem me dera). A poesia da vida só tocou meu íntimo na depressão, nunca no sorriso. "À flor da pele" nunca foi uma expressão que me descreveu.

Vitória

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