Nos últimos dias você não saiu da minha cabeça. Paradoxalmente, as lembranças estão sumindo. Não me lembro mais dos motivos, das histórias, de como tudo começou. Mas você sempre cruza os meus pensamentos. E quando digo sempre, não estou exagerando. O tempo inteiro fantasio histórias de como será quando nos vermos, se você vai querer saber o que houve ou se só vai se mostrar impenetrável. Temo que seja a segunda opção.

    Precisei sair da sua vida de imediato assim que tive a oportunidade. Todos sempre me disseram que, quando eu finalmente conseguisse cortar esse laço - tão duradouro, você sumiria da minha cabeça para sempre. Isso já faz nove meses e até hoje, quando estou sozinha, você está na minha cabeça. 

    Hoje, enquanto caminhava até o metrô, desejei viajar para o mesmo destino que você. Desejei que batesse na minha porta e me pedisse pra conversar. Desejei que abrisse um vinho para poder falar sem amarras e, que depois do pileque, diria que sempre me quis mas teve medo. Desejei ser mais espontânea do que sou na vida real - afinal, isso não passava de um desejo. Desejei dizer de volta que te amo desde dois mil e dezesseis, sem pausas ou pontos finais. 

    O desejo passa e só sobra a solidão, repleta de dúvidas e "e se?".

    No domingo eu quase te chamei. Lembrei do único lugar onde posso te encontrar, salvei seu número de novo e procurei o seu contato. Você também me apagou da sua vida e, depois disso, eu jamais te chamaria para perguntar como você está. Será que se você não tivesse me deletado de tudo, eu seria capaz de te chamar? Não sei e, sinceramente, morro de medo da resposta.

    Tento me convencer de que 80% do que tenho saudades era mentira. Mas me doeu ler no meu último escrito sobre você que não era - pelo menos, não comigo.

    Flashes do seu olho claro encarando minha alma passam pela minha frente o tempo inteiro, bem como aquela vez que você me abraçou depois de umas cervejas e disse que me amava. Queria arrancar seu nome e seu rosto de toda a minha história. Queria tirar esse pesar do peito de quando penso que nunca mais vou te ver. Queria parar de pensar o tempo inteiro se foi tudo real ou eu que enxerguei demais.


Tudo aquilo foi um delírio?

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