Juramento



E ter tudo o que alguém pode querer, porém incompleta e fraca. Ah, o amor. Quem me dera escrever poesias que fizessem o tempo voltar, que fizessem você nos meus braços novamente. Vejo tanta poesia no teu jeito, na tua voz e no teu olhar, que torna-se impossível produzir em palavras para que você também saiba.

Sou tão sensível que não dá pra ver e não se apaixonar. É o que você diz, ao menos. Mas, quem dera você visse, apaixonasse, pegasse, guardasse, bordasse na pele e não esquecesse mais. Quem dera fosse eterno e você gritasse para quem quisesse ouvir “Minha! Minha e de mais ninguém”.

E os teus cachinhos fechadinhos, que só não aumentam de tamanho porque você não deixa, eles podiam estar nos meus dedos de novo. Juro, daquele jeito só nosso, eu nunca mais iria desperdiçar essa chance. Queria teu cheiro inebriante, uma lembrança.

Um sinal. Uma piscadela, um toque despretensioso, uma música, uma carta. Apenas um sinal de que você não se esqueceu e de que sente falta. Apenas uma demonstração de que eu fui alguém e que sempre terei um lugar dentro de você, seja lá onde for.

Mas e nem assim você quis tornar isso poético ou inesquecível. O olhar, o jeito, teu charme, outros olhos apaixonados já admiram, aqueles que você também demonstra admirar. E a poesia que você tanto amava? E eu não a consigo enxergar naqueles olhos. Diga-me, moreno, o que você viu naqueles olhos? Naquele jeito? Naquelas palavras? Se não foi amor, já não sei o que foi.

Ah, faz falta o tilintar do teu relógio ignorado, tentando chamar atenção aos tiques e taques. Faz falta o frio na barriga, borboleteando o estômago e deixando a face branca de tanto amor. O suor repentino. Os sussurros ao pé do ouvido. Vê se volta, manda um sinal ou me dá qualquer motivo pra continuar vendo poesia onde não tem. Dá sinal pro amor não morrer, pra primavera florescer e pra que em cada canto eu veja um lado bom.

Vitória

Um comentário:

  1. Ah, o amor. Ah, o amor findado. O amor não correspondido. O amor silencioso e dolorido.

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