Interrogatório

Tem sido cada vez mais difícil achar o trajeto de uma caminhada da qual desconheço o rumo. Tem sido cansativo, tem tirado minhas forças e minha felicidade. Caminho, é fato, mas caminho pesarosamente. Minha cabeça tornou-se o maior peso que eu poderia carregar. Minha insatisfação é meu juiz mais esnobe. Eu sou meu empecilho.
De que vale o poder? Social, aquisitivo, pessoal... De que vale o possuir, o mostrar? Qual será a sensação de ter pleno domínio e controle, de saber o que se quer para todo o sempre?
Grito tanto com os olhos, pois já não tenho voz. Tira-me dessa jornada dolorosa....
Meus maiores medos tornaram-se reais e estão a encarar-me, juntamente ao pesar, as mágoas, o futuro. Todos gritam para que eu desista e eu chego cada vez mais perto de obedecer. Seria exagero? Seria demais pensar-me guiada por tudo que há de ruim e sem achar solução alguma que acalente meu coração desprevenido?
Não me aceito, não faço por onde aceitar-me. Para quê?

Desconheço quem sou e quem me tornei.

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